Conserto sombrinhas


Seu novíssimo aparelho de blu-ray caiu no chão e quebrou; a garantia estendida não cobre esse tipo de prejuízo e talvez você nem vá procurar um técnico pra orçar o conserto por conta própria. Fica mais barato comprar outro. Com todo tipo de equipamento saindo de linhas de produção, rápidas e de altíssima eficiência, há muito pouca coisa cujo reparo seja financeiramente interessante. Funciona assim com nossos veículos também: rodamos o máximo possível evitando os custos com manutenção preventiva e quando começam apresentar os naturais desgastes e defeitos mecânicos, trocamos por um novinho em folha.

O mundo tem mudado rápido e você que estava acostumado a guardar sombrinhas e guarda-chuvas quebrados pra quando passasse o mecânico de sombrinhas hoje já não acha quase nada que não considere descartável. Porém os recursos naturais necessários pra alimentar as linhas de produção de nossos tempos modernos são finitos e não poderão ser explorados pra sempre, e os processos de reciclagem, apesar de serem os mocinhos da ecologia, apresentam sempre um custo energético e ambiental, por mais eficientes que sejam.

Então qual é a dica? Insistir no conserto de equipamentos e coisas mesmo quando isso não é economicamente interessante? Uma vez conscientes da finitude dos recursos naturais e conseqüências da geração desmedida de resíduos, assumimos nossa responsabilidade sobre as implicações ambientais do modelo econômico que alimentamos. Felizmente, à medida que passamos a valorizar simples atitudes ecologicamente mais inteligentes como o reparo de roupas e sapatos, começam surgir todo tipo de negócios para atender essa demanda. Assim a dica é: não fuja da reflexão, esteja consciente de sua postura.

Pense Eco. Eco Terapia

E se ter qualidade de vida fosse bem simples? Como uma simples opção colocada diante de cada um de nós. Simples como você assim decidir e a partir de hoje passar a ter uma vida mais equilibrada, saudável, muito menos estressante, e ainda por tabela contagiar com essa sua nova postura as pessoas a sua volta e o ambiente onde vive. Mudar determinados hábitos gera uma inconsciente resistência já que implica deixar uma aparente zona de conforto. Mas isso você já sabe.

Separar o lixo que produzimos, usar sacolas duráveis e reduzir o desperdício de água é bom pro planeta, é bom pra você. Mas o pensamento ecológico não se limita ao ABC das boas práticas ambientais. Muito além disso, a idéia pode vestir como um estilo de vida: viver melhor, mais saudável, em sintonia com o meio! Cultivar uma pequena horta, um pequeno jardim num pedacinho ocioso da casa ou uma cultura hidropônica na sacada do seu apê pode proporcionar um arejamento mental surpreendente.


Experimente usar um pouco do tempo que passa diante de sua TV ou PC para praticar exercícios físicos, movimente se um pouco mais, seu corpo agradecerá muito. Adquira bons hábitos alimentares, esse equilíbrio é um dos grandes propulsores do bem - estar e otimismo. Se interessar por hábitos alimentares saudáveis por si só já é suficiente pra gerar mudanças: em pouco tempo já terá aprendido algo sobre fibras solúveis e insolúveis e uma ou outra coisinha sobre sua própria fisiologia. Lembre que a muito tempo atrás um sábio filósofo já dizia: “Mens sana in corpore sano”, portanto viva positivamente. Com suco natural.

Informação tem custo ambiental

Pronto, era uma questão de tempo pra ficar sem assunto e desandar a falar bobeiras. Se o titulo faz pensar isso, tudo bem é compreensível, afinal com esses ecos-chatos nunca se sabe. Mas não é o caso, ainda. A informação tem um custo ambiental sim, como tudo o mais que produzimos sob a face da terra. Quando impressa é fácil verificar isso: o brasileiro consome em média 44 kg de papel por ano, o que equivale à meia árvore; uma página de papel A4 branquinho custa cerca de dez litros de água e alguns litros de dejetos químicos que mesmo após o tratamento de efluentes na indústria ainda poluem rios e corpos de água.

O que nós podemos fazer para diminuir esse custo? Se você leu um livro ou uma revista super bacana, ao invés de guardar pra acumular poeira num canto qualquer empreste, doe – o pra alguém ou para uma biblioteca publica. A atual transição da informação impressa pela virtual também abre alternativas mais sustentáveis para a manipulação da informação. Como a assinatura de revistas digitais e a popularização dos e-books, informação veiculada dessa maneira tem menor impacto ambiental e algumas editoras ainda oferecem descontos nessa modalidade: obtém se a mesma informação por um custo menor, ambiental e financeiro.

Podemos hoje realizar quase todas as operações financeiras e bancárias sem imprimir uma única folha de papel, cadastrando contas no débito eletrônico, recebendo faturas por e-mail, acessando saldos e extratos via internet bank. São as regrinhas básicas da cartilha de responsabilidade ecológica que fazem a maior diferença no nosso dia a dia: como só imprimir aquilo que for realmente necessário e usar as folhas frente e verso, inclusive rascunhos. E ao chegar ao final do ciclo de vida dessa informação, lembre se que não é o final do ciclo de vida do material usado para veicular esta. Recicle.





Desperdício de Alimentos

Quando falamos em reaproveitamento como meio de diminuir o desperdício e a geração de resíduos, em que você pensa? Sugerir o reaproveitamento de alimentos pode parecer à primeira vista uma idéia pouco agradável, mas se você pensar no delicioso virado de feijão que pode preparar pro jantar com o feijão que sobrou do almoço, ou no assado de legumes que pode servir no almoço com as sobras do jantar do dia anterior, torna se uma excelente sugestão. Se você já reaproveita seus resíduos orgânicos para compostagem, talvez não faça diferença? Faz sim. Diminuir a geração de resíduos é importante, mas diminuir o consumo excessivo tem implicações sociais e ambientais igualmente importantes.

A compostagem dos resíduos orgânicos, que representam até 60% de todo lixo que produzimos, evita a formação do chorume nos aterros sanitários, que contamina águas superficiais e subterrâneas e libera gás Metano na atmosfera agravando o efeito estufa. No entanto se compramos alimentos em excesso e preparamos quantidades sempre maiores que o necessário, prolongamos uma cadeia de desperdícios que representa até 64 % da produção de alimentos no Brasil. Esse desperdício além das graves implicações econômicas e ambientais contribui para o aumento da fome e insegurança alimentar no mundo.

Veja, o desperdício é muito grande e nossa responsabilidade como consumidores também, cerca de 20 %, portanto compre o necessário, aproveite o máximo dos alimentos, evite o excesso de embalagens e recicle aquelas que adquirir. Lembre – se do que sua mãe já dizia, não desperdice comida porque tem pessoas por ai sem o que comer.

Capitão Planeta

Já vão longe os estilizados anos 90 quando o Capitão Planeta e seus cinco protetores salvavam o mundo de todo tipo de vilões e inimigos da Terra e do meio ambiente. Se você hoje está na casa dos vinte com certeza se lembra de acompanhar as aventuras do grupo. E mesmo que não tenha passado muitas manhãs assistido o desenho na TV, provavelmente sabe do que estou falando. De lá pra cá muita coisa mudou, a franquia foi retirada do ar e termos como sustentabilidade e responsabilidade ambiental entraram definitivamente nas pautas de marketing empresarial e político.


Talvez o herói de cabelos verdes com um símbolo da Terra no peito tenha perdido seu apelo por que depois de tanto tempo e tantas catástrofes ambientais percebemos que o mundo não vai acabar por que o Exxon Valdez derramou sua carga, ou por que um poço da BP está aberto no fundo do oceano. Acostumamo-nos com muita coisa, esquecemos de outras e as pequenas lições em frases de efeito da animação clichê não deixaram aquelas crianças menos apáticas ao efeito de suas ações na mãe natureza.

Gostamos de praia e por isso reprovamos o derrame de milhões de litros de Crude no oceano, mas despejamos milhares de litros de óleo de cozinha em nossos rios com uma naturalidade espantosa. Esquecemos que todo esse óleo também vai chegar aos mares ou talvez esse segundo ecossistema não seja tão importante assim pra nós. Falta de opção? Mesmo que você não tenha uma avó que ainda faça sabão com óleo usado, pode acumular quantidades razoáveis enquanto se informa sobre possíveis pontos de entrega, como associações de coleta seletiva. Lembre se, sempre há opções. Capitão Planeta diria: “O Poder é de Vocês!”

Eficiência Energética

Lâmpadas incandescentes estão entre as mais notáveis obsolescências recentes, e logo aquelas popularmente conhecidas como lâmpadas frias também estarão. Vem ai as lâmpadas LED no mercado. Mas voltemos às incandescentes: é sabido que sua eficiência energética é mínima e sua vida útil também é curta, por esse motivo devem estar fora do mercado até 2016. Lâmpadas fluorescentes são geralmente um pouco mais caras, porém o custo beneficio é melhor não só para o seu orçamento doméstico, mas também pra natureza.
Compare: as lâmpadas incandescentes transformam cerca de 95% da energia que consomem em calor e apenas 5% em luz, enquanto a eficiência das fluorescentes chega a 80%.



No entanto é importante lembrar que as lâmpadas frias são lâmpadas fluorescentes compactas e contêm vapores metálicos, por
isso requerem cuidados especiais no seu descarte e reciclagem. Vapores metálicos como o de mercúrio são altamente nocivos à saúde e ao meio ambiente. O problema com o descarte dessas lâmpadas é que são poucas as empresas especializadas nesse serviço e geralmente cobram um pequeno valor por unidade recolhida.
Uma boa iniciativa de algumas cidades de porte um pouco maior é a de recolher as lâmpadas e se responsabilizar pela destinação correta, algumas lojas também recolhem unidades descartadas na compra de uma nova, a base de troca.
Considere um dado interessante, estudos recentes apontam que aproximadamente 19% do consumo de energia elétrica no mundo estão relacionados à iluminação, na sua casa provavelmente não é muito diferente. Faça o teste abaixo e confira o calculo da economia das lâmpadas fluorescentes com a calculadora de eficiência energética. Já a nova tecnologia LED é mais eficiente e durável que as fluorescentes e mais facilmente reciclável. Considerando a evolução atual dessa tecnologia e a vida útil média de uma lâmpada fluorescente é provável que quando precisar trocar a sua, substitua a por uma lâmpada LED.



Pense Eco.

“É descartável, mais praticidade pra você.”

Frase ainda comum no marketing de empresas pouco desenvolvidas culturalmente. E a primeira vista verdade, não é? Por que afinal dar – se ao trabalho de lavar, secar e encontrar uma maneira higiênica de guardar seu coador de café (sim, aqueles de pano), se pode simplesmente usar e descartar um filtro de papel! Empresas que praticam um marketing melhor amadurecido usam, pelo menos, o selo FSC. Papel de origem certificada e reciclado após o uso prejudica menos, mas ainda assim a produção de papel é altamente impactante no meio ambiente.

Alias segundo apreciadores e especialistas o café coado no filtro de pano é mais saboroso, já que retém menos óleo deixando o café mais encorpado. Mas se ainda assim você prefere o café cristalino obtido com filtros de papel, pode usar filtros duráveis de plástico que também permitem a coagem com bom aroma e sabor, e depois você pode descartar o pó já coado na sua caixa de compostagem. Para as cafeteiras elétricas que são geralmente projetadas para o uso de filtros de papel, também podem ser usados filtros duráveis como os de polipropileno e há ainda no mercado máquinas de excelente qualidade que usam filtros de pano.

Viver polui. O importante é lembrarmos sempre que existem opções que aliam praticidade com sustentabilidade. Se possível por que não substituir guardanapos de papel por guardanapos de pano? Evitar o desperdício de água durante a lavagem da louça e rever alguns hábitos, adquiridos por simples inércia no avanço do estilo de vida moderno, são algumas atitudes simples e importantes agora que começamos a entender melhor as conseqüências de nossa interação com o meio em que vivemos. “É durável, menos lixo para você!”